Cumprindo o seu papel social de qualificar e capacitar permanentemente as pessoas, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social e econômica, a UNIVASF através da Pró-Reitoria de Extensão vem tecendo relações com as comunidades periféricas e as do campo, rompendo assim velhos paradigmas, criando novos fazeres acadêmicos e arriscando-se fora das suas paredes convencionais de sala de aula para oxigenar-se e construir uma práxis revolucionária e transformadora voltada para os interesses da população.
Essas práticas estão ocorrendo no ESPAÇO PLURAL, localizado na rodovia que liga Juazeiro a Sobradinho, ao lado do Residencial São Francisco Minha Casa – Minha Vida. Alí estão sendo oferecidos cursos para jovens e adultos de Inclusão Digital, tendo quatro turmas encerrado ontem, dia 07 de agosto as atividades previstas. Foi muito recompensador, ouvir as falas de alguns dos concluintes, como Dona Raimunda Rodrigues dos Santos, a mais velha da turma, de 78 anos e mãe de Maria das Graças dos Santos que também concluiu o curso.
Outra experiência interessante foi a de Marilene Souza, que fez o curso com toda família. Ela, o filho Bruno Henrique de 15 anos e Tiago de 16 anos.
Como informa a pesquisadora Marilena Chauí (2003), a universidade por ser fundada no reconhecimento público de sua legitimidade e de suas atribuições, é estruturada por ordenamentos, regras, normas e valores que a caracterizam como uma instituição social, acrescentando ainda, que enquanto instituição, expressa a estrutura e o funcionamento da sociedade. No caso da UNIVASF, há grande preocupação por parte da gestão em ampliar o seu raio de ação, de forma a devolver em forma de serviços à população que lhe mantêm, projetos que atendam as suas necessidades.
Essas práticas são marcadas pelo diálogo, pela valorização dos saberes populares, pela ação de mão dupla, rompendo com a hegemonia acadêmica e construindo a interação entre as pessoas, permitindo inclusive aos nossos alunos uma formação cidadã, responsável, sensível aos problemas sociais.
Na cerimônia de entrega dos certificados, a jovem de 16 anos Vanilda Santos Silva, comunicou emocionada que tinha sido selecionada para um trabalho remunerado, decente, legal, com carteira assinada no comércio, por ter adquirido conhecimentos em informática no curso que fez ministrado pela UNIVASF.
Da mesma forma Audeni da Silva Santos, 36 anos, residente no Salitre, pegava o ônibus todos os dias do curso, tendo o cuidado de nunca faltar, para não perder nenhuma aula. Na sua fala ela explicitou a importância do curso para a sua recuperação. Estava triste, com muitos problemas de ordem pessoal e decidiu matricular-se para iniciar um outro período na sua vida. Estava há mais de 20 anos sem estudar e sentiu-se revigorada, com motivação para voltar a estudar. Já comprou um computador e vai ficar atenta para outros cursos que ofertaremos. Está pensando até em fazer um curso superior na UNIVASF.
Audeni Santos recebendo o certificado
Dos jovens que concluíram o curso, todos estão estimulados a fazerem o ENEM para ingressar nos cursos ofertados pela UNIVASF. Willian Douglas Sena Santos, 16 anos, conclui o ensino médio este ano e quer cursar Educação Física. Iolanda Brito, 17 anos, quer fazer medicina veterinária e Larissa Laiane, 18 anos deseja cursar engenharia elétrica.
Willian Douglas Sena Santos e Iolanda Brito recebendo o certificado
Portanto, mais do que proporcionar conhecimentos, o que a UNIVASF está promovendo é o sentimento de empoderamento desses jovens da periferia que estão tomando consciência de que eles PODEM SIM chegar a universidade pública de qualidade por serem sujeitos de direito, cidadãos plenos e GENTE CAPAZ.