Aula Inaugural do Pronera na Univasf aconteceu ontem (8) em clima de comemoração

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A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) deu as boas-vindas a 150 novos estudantes do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) que irão cursar as graduações em História e Ciências Sociais e a especialização em Educação do Campo. A aula inaugural foi realizada na manhã de ontem (8), no Complexo Multieventos, Campus Juazeiro (BA), em clima de muita emoção com a presença dos estudantes, familiares, representantes da Univasf, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e dos movimentos sociais e sindicais do campo. O Pronera acontece na Univasf, por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e da Pró-Reitoria de Ensino (Proen), em parceria com o Incra.

O evento contou com a participação do reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima; do vice-reitor, Telio Nobre Leite; da pró-reitora de Extensão, Lucia Marisy; da pró-reitora de Ensino, Monica Tomé; da representante da Coordenação Geral de Educação do Campo e Cidadania do Incra, Conceição Coutinho Melo; e do superintendente da 29ª Superintendência Regional do Incra, Bruno Ferreira Medrado. A solenidade teve início com a apresentação da Orquestra Sinfônica do Sertão/Orquestra da Univasf, sob a regência do maestro Ozenir Luciano, seguida por uma apresentação cultural realizada pelos movimentos sociais presentes ao evento.

Para o reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima, os cursos do Pronera representam uma oportunidade para disseminar o conhecimento acadêmico nas comunidades. “O Pronera é uma ferramenta importante para que nós possamos proporcionar uma integração ainda maior entre a academia e as comunidades e nós queremos continuar a ampliar os nossos serviços para o povo, assim como trazer o povo para dentro da Universidade”, destacou.

A representante da Coordenação Geral de Educação do Campo e Cidadania do Incra, Conceição Coutinho Melo, acredita que os cursos serão um sucesso. “O objetivo é atender demandas reprimidas historicamente por falta de educação do campo. Então, é muito gratificante para nós poder contribuir para o desenvolvimento dessa região”, afirmou.

De acordo com o superintendente da 29ª Superintendência Regional do Incra, Bruno Ferreira Medrado, esses cursos são uma maneira de servir melhor ao homem do campo. “Todos nós do Incra ficamos muito felizes em conseguir essa parceria com a Univasf e eu tenho certeza de que os frutos que vamos colher serão muito importantes para o desenvolvimento desses estudantes”, disse.

A representante dos movimentos sociais e sindicais do campo e integrante de uma comunidade quilombola, Marnilde Diniz, agradeceu o apoio das instituições parceiras e reforçou a importância dessa conquista. “Nós estamos conquistando um espaço que é nosso, mas que não conseguíamos ocupar. Que esses cursos sejam os primeiros de muitos”, comemorou Marnilde, que irá cursar a graduação em História.

Após a mesa de abertura, foi realizada a palestra “Ruralidades em construção: atores e a produção do conhecimento”, ministrada pela professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Ramonildes Alves Gomes. A professora desconstruiu os mitos presentes na relação entre o campo e a cidade. “No processo de urbanização, criou-se um mito reforçado de que o campo seria um espaço de atraso e pobreza, que deve ser desconstruído”, explicou.

Primeiro da família a se graduar e, agora, a fazer um curso de pós- graduação, Tiago da Silva Carvalho, que faz parte do assentamento Alto da Areia, localizado em Petrolina (PE), irá realizar especialização em Educação do Campo. “Será importante para me capacitar e compreender melhor essa conjuntura política que existe para o campo, de forma que eu possa contribuir com projetos e pesquisas, conforme a nossa realidade”, afirmou.

As atividades do Pronera já estão em andamento no Espaço Plural da Univasf, em Juazeiro. Os cursos serão realizados conforme a metodologia da Pedagogia da Alternância, com carga horária distribuída em atividades na Universidade, o chamado Tempo Universidade, que terá duração de 30 dias; e nas comunidades de origem dos estudantes, o Tempo Comunidade, cuja duração será de 90 dias. Os cursos de graduação terão duração total de quatro anos e a especialização será concluída em dois anos.

Karen Lima

Fotos: Brena Souza